quarta-feira, 10 de abril de 2013

Mísseis dos EUA assassinam 11 crianças no Afeganistão

O ataque aéreo desfechado pelos invasores matou 11 crianças e uma mulher e deixou outras seis mulheres feridas. A destruição de uma casa, que desabou sobre os moradores causou o morticínio
Apopulação do distrito de Shigal, na província de Kunar, saiu às ruas entoando palavras de ordem contra as forças de ocupação comandadas pelo exército dos EUA, depois que no domingo correu a notícia da morte de 11 crianças e uma mulher, após ataque com mísseis que atingiu casas no povoado. Além disso, mais seis mulheres ficaram feridas.
"As crianças tinham entre um e oito anos", diz o líder local, Wasifullah Wasifi .
Os agressores justificaram o bombardeio com a desculpa rotineira de que o bombardeio aéreo foi perpetrado com o objetivo de apoiar uma operação militar terrestre contra os insurgentes do Talibã na região.
Os EUA invadiram o Afeganistão em 2001 com o pretexto de restaurar a democracia, entretanto, as matanças, o descontrole no país e a ingerência têm se mantido no Afeganistão com a conivência do governo de Karzai, marionete empossada pelos invasores. Nos bombardeios, supostamente à caça de guerrilheiros, os civis se converteram em alvos das forças estrangeiras, que se justifica alegando que os mortos eram usados como "escudos" humanos, ou não haviam detectado sua presença no local onde caíram bombas.
Esses civis assassinados, muitos deles crianças, não são uma questão acidental na invasão do Afeganistão iniciada pelo Pentágono na chamada "Operação Liberdade Duradoura". Em 2011 morreram mais de 3.000 civis, e em 2012 os assassinados superaram mais de 2700. Neste mês, Nilab Mobarez, porta-voz da missão da ONU para a Assistência no Afeganistão (UNAMA por suas siglas em inglês), reconheceu que durante 2013 o número de mortos causados pela invasão aumentou em relação ao primeiro trimestre do ano anterior.
No mesmo dia, a explosão de um carro-bomba matou três soldados norte-americanos e um funcionário da embaixada dos ocupantes do Afeganistão. A emboscada dos guerrilheiros foi na província de Zabul.
Outros quatro funcionários do Departamento de Estado dos Estados Unidos foram feridos na explosão. O governador provincial-fantoche a serviço dos invasores, Mohammad Ashraf Nasery estava no comboio e escapou por pouco.
Até o presidente preposto dos norte-americanos, Hamid Karzai, sentiu-se acossado pela revolta popular diante das frequentes chacinas perpetradas pelos invasores e teve que supostamente condenar seus amos por instaurarem "a insegurança e instabilidade" no país.
Já o comando dos ocupantes tem se referido aos crimes para manter a ocupação aterrorizando os afegãos denominando as mortes de "dano colateral". No entanto, conforme observa o colunista do site Antiwar.com, Jason Ditz, essas matanças acabam tendo um efeito oposto, elevando o apoio aos guerrilheiros no seio da população afegã. O professor Lawrence Davidson, de História do Oriente Médio, na Universidade de West Chester, declarou que entre os norte-americanos a opinião predominante é que "essa guerra que já se estende por 11 anos é impossível de vencer".
Em declaração reproduzida no site Rússia Today, o ativista David Swanson condena a imprensa dos EUA pela falta de consciência dos norte-americanos sobre a verdadeira face da guerra no Afeganistão. Para Swanson, "é uma matança unilateral de pessoas indefesas".
SUSANA SANTOS

Nenhum comentário:

Postar um comentário