terça-feira, 6 de dezembro de 2011

CONSTRUINDO UMA ESCOLA EFICAZ

Amigos pais, mães e todos os responsáveis direta ou indiretamente pela educação dos nossos queridos alunos.

Dia 8 de dezembro de 2011, próxima quinta-feira, estará acontecendo à eleição para escolha do próximo diretor da Escola Prof. João Mariano da Silva.
Sabe-se que uma escola, para ser eficaz, a influência da pessoa do diretor é decisiva, pois é ele quem determina o clima emocional e intelectual da escola. Dedicar tempo, presença e dar exemplo, preocupar-se com o ensino e tratar a todos com respeito, dentro e fora da escola, além de abrir a escola para a comunidade, são deveres do diretor.
Todos nós sabemos o quanto a Escola João Mariano melhorou nos últimos oito anos. Somos reconhecidos pelo Ministério da Educação e pela Secretaria de Educação como uma das melhores escolas do Acre, tendo um dos maiores IDEB’s. Tenho muito orgulho de fazer parte da equipe que conquistou isso.
Como coordenadora de ensino, todos sabem, contribuí muito para a JMS chegar ao patamar de qualidade de ensino e organização que se encontra. Sou a professora Eliete e com o apoio do diretor Wilson, coloco meu nome como candidata a diretora. Sei que a tarefa será árdua e difícil, pois quero dar continuidade ao trabalho que tem dado certo, que o atual diretor fez e faz, mas quero também fazer muito mais. Aprendi muito com ele. Compartilho da sua ideia de que o principal na escola tem que ser o aprendizado dos alunos. Sendo diretora, quero ampliar as parcerias com as igrejas, com a associação de moradores, os grupos de jovens, etc. Irei ampliar o trabalho coletivo, ouvindo e respeitando as ideias das pessoas.
Como diretora quero assumir esse compromisso, aliada à participação de todos.
Conto com seu apoio.

Eliete Maia
candidata a diretora

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O REI ESTÁ NU, PELADO E EU SOU DOIDO

Hans Christian Andersen foi um dinamarquês que gostava de contar histórias para grandes e pequenos. Todos conhecem a história do Patinho Feio. Imagino que ele a inventou para consolar um menino feio, sem amigos, motivo de zombaria. Contou também a história de uma menininha que, numa véspera de Natal, a neve caindo, tentava vender fósforos numa esquina da cidade. Ninguém parava. Ninguém comprava. Todos caminhavam apressados para suas casas onde havia uma lareira acesa, o vinho, a ceia e os presentes os esperavam. Todos queriam celebrar o nascimento de Jesus. É uma história triste. De manhã a menininha estava morta na calçada, gelada pelo frio. 
Algumas das histórias de Hans Christian Andersen estão cheias de humor e ironia, como aquela do rei vaidoso que gostava de se vestir elegantemente.  Vou recontar esta história com dois finais: o dele e o meu.
“Havia um rei muito tolo que adorava roupas bonitas. Os tolos, geralmente, gostam de roupas bonitas. Pois esse rei enviava emissários por todo o país com a missão de comprar roupas diferentes. Era o melhor cliente da Daslu. Os seus guarda-roupas estavam entulhados com ternos, sapatos, gravatas de todas as cores e estilos. Eram tantas as suas roupas que ele estava muito triste porque seus emissários já não encontravam novidades.
Dois espertalhões ouviram falar do gosto do rei pelas roupas e  viram nisso uma oportunidade de se enriquecerem às custas da vaidade da Majestade. A vaidade torna bobas as pessoas: elas passam a acreditar nos elogios dos bajuladores... Foi isso que aconteceu com um corvo vaidoso que estava pousado no galho de uma árvore com um queijo na boca: por acreditar nos elogios da raposa ficou sem queijo...
Pois os dois espertalhões-raposa foram até o palácio real e anunciaram-se na portaria, apresentando o seu cartão de visitas: “Doutor Severino e Doutor Valério, especialistas em tecidos mágicos.” 
O rei já havia ouvido falar de tecidos de todos os tipos mas nunca ouvira falar de tecidos mágicos. Ficou curioso. Ordenou que os dois fossem trazidos à sua presença. Diante do rei fizeram uma profunda barretada, tirando seus chapéus.
“Falem-me sobre o tecido mágico”,  ordenou o rei.
Um dos espertalhões, o mais loquaz, se pôs a falar.
“Majestade, diferente de todos os tecidos comuns, o tecido que nós tecemos é mágico porque somente as pessoas inteligentes podem vê-lo. Vestindo um terno feito com esse tecido Vossa Majestade será cercado apenas por pessoas inteligentes, pois somente elas o verão...”
O rei ficou encantado e imediatamente contratou os dois espertalhões, oferecendo-lhes um amplo aposento onde poderiam montar os seus teares e e tecer o tecido que só os inteligentes poderiam ver..
Passados alguns dias o rei mandou chamar o ministro da educação e ordenou-lhe que fosse examinar o tecido.  O ministro dirigiu-se ao aposento onde os tecelões estavam trabalhando.
“Veja, excelência, a beleza do tecido”, disseram eles com a mãos estendidas. O ministro da educação não viu coisa alguma e entrou em pânico. “Meu Deus, eu não vejo o tecido, logo  sou burro...” Resolveu, então, fazer de contas que era inteligente e começou a elogiar o tecido como sendo o mais belo que havia visto.
“Majestade”, relatou o minsitro da educação ao rei, “o tecido é incomparável, maravilhoso. De fato os tecelões são verdadeiras magos!” O rei ficou muito feliz.
Passados mais dois dias ele convocou o ministro da guerra e ordenou-lhe que examinasse o tecido. Aconteceu a mesma coisa. Ele não viu coisa alguma. “ Meu Deus”, ele disse, “ não sou inteligente. O ministro da educação viu e eu não estou vendo...” Resolveu adotar a mesma tática do ministro da educação e fez de contas que estava vendo. O rei ficou muito feliz com a seu relatório. E assim aconteceu com todos os outros ministros. Até que o rei resolveu pessoalmente ver o tecido maravilhoso. Mas, como os ministros, ele não viu coisa alguma porque nada havia para ser visto. Aí ele pensou:  “Os ministros da educação, da guerra, das finanças, da cultura, das comunicações viram. São inteligentes. Mas eu não vejo nada! Sou burro. Não posso deixar que eles saibam da minha burrice porque pode ser que tal conhecimento venha a desestabilizar o meu governo...” O rei, então, entregou-se a elogios entusiasmados ao tecido que não havia.
O cerimonial do palácio determinou então que deveria haver uma grande festa para que todos vissem o rei em suas novas roupas. E todos ficaram sabendo que somente os inteligentes as veriam. A mídia, televisão e jornais, convidaram todos os cidadãos inteligentes a que comparecessem à solenidade.
No Dia da Pátria, a cidade engalanada, bandeiras por todos os lados, bandas de música, as ruas cheias, tocaram os clarins e ouviu-se uma voz pelos alto-falantes:
“Cidadãos do nosso país! Dentro de poucos instantes a sua inteligência será colocada à prova. O rei vai desfilar usando a roupa que só os inteligentes podem ver.”
Canhões dispararam uma salva de seis tiros. Ruflaram os tambores. Abriram-se os portões do palácio e o rei marchou vestido com a sua roupa nova.
Foi aquele oh! de espanto. Todos ficaram maravilhados. Como era linda a roupa do rei! Todos eram inteligentes.
No alto de uma árvore estava encarapitado um menino a quem não haviam explicado as propriedades mágicas da roupa do rei. Ele olhou, não viu roupa nenhuma, viu o rei pelado exibindo sua enorme barriga,  suas nádegas murchas  e  vergonhas dependuradas. Ficou horrorizado e não se conteve. Deu um grito que a multidão inteira ouviu:
“O rei está pelado!”
Foi aquele espanto. Um silêncio profundo. E uma gargalhada mais ruidosa que a salva de artilharia. Todos gritavam enquanto riam: “ O rei está nu, o rei está nu...”
O rei tratou de tapar as vergonhas com as mãos e voltou correndo para dentro do palácio.
Quanto aos espertalhões, já estavam longe e haviam transferido os milhões que haviam ganho para um paraíso fiscal...”
Não foi bem assim que Hans Christian Andersen contou a história. Eu introduzi uns floreados para torná-la mais atual. Agora vou contar a mesma história com um fim diferente. Ela é em tudo igual à versão de Andersen, até o momento do grito do menino.
“O rei está pelado!
Foi aquele espanto. Um silêncio profundo. Seguido pelo grito enfurecido da multidão.
Menino louco! Menino burro! Não vê a roupa nova do rei! Está querendo desestabilizar o governo! É  um subversivo, a serviço das elites!”
Com estas palavras agarraram o menino, colocaram-no numa camisa de força  e o internaram num manicômio.
Moral da história: Em terra de cego quem tem um olho não é rei. É doido.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

CIA (Estados Unidos) matou presidentes em todos os continentes

Lumumba, Allende, Sadam, Milosevic, Sukarno, Mossadegh, Arbenz e tantos outros foram assassinados após sofrerem campanhas de calúnias e difamação, sempre a partir de Washington, por defenderem seus povos e seus países.

EUA assassina Kadafi para roubar o petróleo dos líbios

Kadafi morreu como viveu: lutando, doando a sua generosa vida pelo seu povo. A revolução que liderou em 1969 colocou as riquezas do país a serviço dos líbios e construiu um país moderno
A estupidez pode ser tão monstruosa quanto o crime – quando ambos são derivados da mais abjeta covardia.
Desde a quinta-feira da última semana, quando Muamar Kadafi, aos 69 anos, depois de alvejado por aviões norte-americanos e franceses que guiavam “tropas especiais” inglesas e alemãs, foi cercado, torturado e assassinado por alguns marginais de aluguel, é difícil saber o que é mais monstruoso – se esse crime sanguinário, hediondo, bárbaro, selvagem, em desprezo a milhares de anos de civilização, ou se alguns papagaios do imperialismo com sua conversa cínica sobre “transição democrática”, “avanço democrático”, ou, como disse um débil mental no Itamaraty, contra toda a nossa tradição desde o Barão do Rio Branco, supostas “aspirações democráticas” desses assassinos.
Kadafi morreu como viveu: lutando, doando a sua generosa vida pelo seu povo. A sua grandeza está acima, agora definitivamente, não só de seus bestiais assassinos, mas também dos micróbios que se agacham diante deles. O último momento de Kadafi é o desmascaramento completo e absoluto da “democracia” desse vomitante “imperialismo humanitário” - marca infame tão impossível de apagar quanto o punhal que perseguia Macbeth após o sangramento do rei Duncan no castelo de Inverness.
REGRESSÃO MORAL
A única diferença é que Macbeth escondeu o seu crime. O mesmo não se pode dizer dos EUA, dos medíocres Obama ou Hillary, e outros canalhas ainda piores, que regrediram a um estágio moral e civilizatório anterior aos primeiros albores do ser humano sobre a Terra.
Não precisamos senão dos dados da própria ONU – usada e arrastada na lama nesses 203 dias de destruição por atacado da Líbia para saquear o seu petróleo – para mostrar quem era Kadafi: a Líbia era o país de maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de toda a África (aliás, maior que o do Brasil: cf. United Nations Development Programme, Human Development Report 2010).
A revolução de 1969, liderada pelo então coronel Kadafi, transformou um dos mais pobres e explorados países do planeta, num país moderno, com infraestrutura avançada, e com suas riquezas, em especial o seu petróleo, a serviço do povo. Nem falaremos na sua ajuda a outros povos. Sobre isso, basta uma frase de Nelson Mandela: “Os que se irritam com nossa amizade com o presidente Kadafi podem pular na piscina”. Kadafi ajudou a África do Sul no pior momento de sua história. Não por acaso, um dos netos de Mandela chama-se Kadafi.
Mas, o que dizer de um país em que a eletricidade era um direito comum, isto é, não era sujeita a pagamento? De um país em que a moradia havia sido declarada “direito da Humanidade”? Em que era proibido cobrar juros por empréstimos ao consumidor? Em que o atendimento médico e a educação eram públicos e gratuitos? Em que o governo garantia aos agricultores não somente a terra, mas uma casa, os animais, o equipamento e as sementes?
Foi exatamente isso o que foi destruído na Líbia por bombardeiros dos EUA, “tropas especiais” de seus satélites e mercenários arregimentados no esgoto da sociedade líbia. Essa é a “transição democrática” dessas bestas feras. Quem quiser conciliar com isso que o faça. Mas há certas coisas na vida que são inesquecíveis - de tão imperdoáveis.
É verdade, Kadafi tinha lá suas manias: uma delas era não aceitar pagamento pelo petróleo em dólares – podia até trocá-lo por outras mercadorias, mas em dólares, não.
Outra era não acreditar em parlamentos, para ele sempre corruptos. Por isso, elaborou um sistema de democracia direta – sem partidos, com o objetivo dos eleitores escolherem diretamente, sem intermediação. Independente da opinião que se tenha sobre este experimento, se há algo que não se pode honestamente acusar a Jamahiriya (república de massas) Árabe Popular e Socialista da Líbia era de falta de liberdade.
Naturalmente, tudo isso é o contrário do que dizem o imperialismo, sua mídia e seus papagaios. Mas não foi sempre assim? Não foi de ditadores – ou de tentar instalar uma ditadura - que acusaram João Goulart, Lumumba, Allende, Mossadegh, Sukarno, Árbenz, Sadam? E todos nós sabemos o que veio depois do golpe, sempre deslanchado em Washington, contra cada um desses líderes. E, aliás, não é do mesmo modo que ainda agora tentam difamar o presidente Chávez, o comandante Fidel Castro, o presidente Evo Morales, e até a suave presidente Cristina Kirchner?
Naturalmente, Kadafi cometeu erros. Mas o principal foi, precisamente, o de ser pacífico demais e até confiar um pouco demais na canalha imperialista. O petróleo líbio era explorado pela estatal NOC (em inglês, Libia Oil National Corporation). Porém, sucessivas licitações introduziram na Líbia cerca de 60 multinacionais. O enfraquecimento da NOC (não só a redução de seu controle sobre o petróleo: seus funcionários mais especializados foram atraídos pelas multinacionais) não foi bom para o povo líbio – nem o programa de privatizações.
Alguns telegramas revelados pelo Wikileaks expõem a trama: num deles, o chefe da missão dos EUA na Líbia, John Stevens, diz que o governo líbio estava reduzindo o lucro das multinacionais, ao exigir uma “excessiva” contrapartida pela exploração do petróleo (despacho de 27 de novembro de 2007, Stevens para o Departamento de Comércio dos EUA).
Noutro, o mesmo Stevens relata uma conversa com um entreguista alojado na estatal petrolífera líbia, que reclama da gestão, supostamente política e centralizadora, da empresa – que, no momento, tentava aumentar a produção de petróleo dos 1,7 milhão de barris/dia, de 2008, para 3 milhões de barris/dia em 2012. Um executivo – ex-funcionário da estatal – diz que “minha empresa obtém os mesmos lucros em um país vizinho, extraindo apenas 25% do petróleo extraído na Líbia”. O fim da mensagem é mais revelador ainda: fala de membros do governo líbio que gostariam que houvesse mais empresas norte-americanas explorando o petróleo líbio (despacho de 1º de dezembro de 2008)
DEFESA DA LÍBIA
Em suma, o que o imperialismo tinha contra Kadafi é que ele defendia os interesses do povo líbio, era que ele não permitia que as multinacionais fizessem na Líbia o que fizeram em outros, e desgraçados, países petrolíferos: escravizar o povo, jogá-lo na fome, na miséria, e pilhar a sua maior riqueza natural.
Realmente, a entrada de multinacionais e as privatizações fizeram com que alguns membros do governo líbio fossem corrompidos e se tornassem traidores.
Porém, não Kadafi. Pelo contrário, sua atitude diante da agressão e da traição, sua disposição de dar a vida pelo seu povo, redimem qualquer erro – até porque, compreensíveis, num país que suportava intenso bloqueio e sabotagem por décadas.
Kadafi morreu como o herói que revolucionou a Líbia – e assim permanecerá, não somente na memória, mas como exemplo para os líbios e para a Humanidade. Agora, que não podem mais assassiná-lo, ele se tornou eterno, para castigo de seus algozes. Cada líbio e cada homem digno desse nome, agora é um Kadafi, e estarão à altura de sua vida e de sua obra. Mais cedo do que tarde, é o que se verá.
 
CARLOS LOPES - Jornal Hora do Povo

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Manifestantes mauricinhos varrem corrupção para debaixo do tapete

Uma turma acostumada a dirigir seus Porsches, Camaros, Ferraris, etc decidiu fazer algo diferente no dia 12 de outubro e saiu às ruas de Brasília e de outras cidades, arregimentados através das redes sociais e açulados pela mídia lacerdista e pela oposição.
 
As patricinhas e mauricinhos portavam vassouras que só vêm em suas mansões nas mãos dos seus criados (e querem mantê-las sempre nas mãos deles). Mas fizeram uma exceção no dia 12, já que o movimento era folclórico mesmo e um dia apenas para aparecer com elas não fazia mal. Dava até muito “Ibope” e holofotes aparecer com os objetos, encenando varrer o chão. Imitando o patrono Jânio Quadros - que se elegeu presidente em 1960 com o apoio da direitista UDN de Carlos Lacerda e cujo símbolo era uma vassoura, diziam que aquilo simbolizava varrer a corrupção que, segundo eles, estava em tudo quanto era lugar: no Congresso, no governo, na quitanda, na biboca, padaria da esquina, embaixo da cama e na toca do tatu.
 
Só não viram corrupção e não falaram nada onde realmente ela existe. No saque bilionário dos monopólios contra o Estado e contra o povo, recursos desviados da sociedade para se locupletarem. No desvio de R$ 160,207 bilhões, gastos somente com juros, em apenas 8 meses, até agosto. Enquanto a Saúde, Educação, Saneamento e outros padecem com parcos recursos. Na taxa de juros (Selic) que se mantém ainda a mais alta do mundo, beneficiando os especuladores que faturam com os títulos do governo. Dá para entender porque não querem ver essa vasta corrupção e só criticam a roubalheira miúda, varrendo a corrupção pesada para debaixo do tapete. HP

sábado, 27 de agosto de 2011

Sarkozy intima BRICS: quem quiser saquear Líbia tem que apoiar Otan e mercenários já!

Kadafi resiste: “Vitória ou martírio”

Otan registra mais de 7.500 ataques aéreos para derrubar governo
Sarkozy fez seu anúncio depois de reunir-se com um certo Mahmoud Jibril, um agente notório da CIA, com pós-graduação e longos anos nos EUA. Jibril é o candidato dos EUA a ditador-fantoche na Líbia. Que Sarkozy seja um colaboracionista dos EUA contra os interesses da própria França, faz parte do seu perfil – não fez outra coisa na vida, senão seguir o caminho dos Laval e Pétain. Assim, eles pretendem que o “futuro da Líbia” - isto é, a partilha do petróleo do povo líbio - seja decidido em Paris, referendando o já decidido em Washington, e querem nos tanger a apoiar semelhante lição de democracia.HP

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Vilão do preço extorsivo dos carros é o lucro das múltis, não o ‘Custo Brasil’

“Lucro Brasil faz o consumidor pagar o carro mais caro do mundo”, afirma o jornalista Joel Silveira Leite, no blog Mundo em Movimento. Ao contrário das justificativas das montadoras, todas multinacionais, para os altos preços dos automóveis vendidos no Brasil – alta carga tributária, custo do capital, alto valor da mão de obra e baixa escala de produção, chamados de Custo Brasil – ele aponta que “o grande vilão dos preços é, sim, o Lucro Brasil. Em nenhum país do mundo onde a indústria automobilística tem um peso importante no PIB, o carro custa tão caro para o consumidor”.
Conforme Leite, “as montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes”.
Interessante o esclarecimento dado pelo presidente da PSA Peugeot Citroën, Carlos Gomes: “os preços dos carros no Brasil são determinados pela Fiat e pela Volkswagen. As demais montadoras seguem o patamar traçado pelas líderes, donas dos maiores volumes de venda e referência do mercado”.
Um executivo da Mercedes-Benz ouvido em off por Leite frisou que “o preço não tem nada a ver com o custo do produto. Quem define o preço é o mercado, para explicar porque o brasileiro paga R$ 265.00,00 por uma ML 350, que nos Estados Unidos custa o equivalente a R$ 75 mil”.
Em 1978, havia um mercado interno de 1 milhão de unidades. Com esse volume de produção as montadoras diziam que não era possível produzir um carro barato no país e que era preciso aumentar a escala de produção. No ano passado, o Brasil foi o quinto maior produtor de veículos do mundo e como o quarto maior mercado consumidor: 3,5 milhões de unidades vendidas no mercado interno e uma produção de 3,638 milhões de unidades. “Três milhões e meio de carros não seria um volume suficiente para baratear o produto? Quanto será preciso produzir para que o consumidor brasileiro possa comprar um carro com preço equivalente ao dos demais países?”, questiona Leite.
Mais eis que o presidente da Anfavea, Cledorvino Belini, estabeleceu um novo patamar para que haja redução do preço final: 5 milhões de carros.
Segundo o jornalista “o imposto, o eterno vilão, caiu nos últimos anos. Em 1997, o carro 1.0 pagava 26,2% de impostos, o carro com motor até 100cv recolhia 34,8% (gasolina) e 32,5% (álcool). Para motores mais potentes o imposto era de 36,9% para gasolina e 34,8% a álcool. Hoje – com os critérios alterados – o carro 1.0 recolhe 27,1%, a faixa de 1.0 a 2.0 paga 30,4% para motor a gasolina e 29,2% para motor a álcool. E na faixa superior, acima de 2.0, o imposto é de 36,4% para carro a gasolina e 33,8% a álcool”.
“Enquanto a carga tributária total do país, conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cresceu de 30,03% no ano 2000 para 35,04% em 2010, o imposto sobre veículo não acompanhou esse aumento. Isso sem contar as ações do governo, que baixaram o IPI (retirou, no caso dos carros 1.0) durante a crise econômica. A política de incentivos durou de dezembro de 2008 a abril de 2010, reduzindo o preço do carro em mais de 5% sem que esse benefício fosse totalmente repassado para o consumidor”, acrescenta.
Resumo da ópera: “As fábricas reduzem os custos com o aumento da produção, espremem os fornecedores, que reclamam das margens limitadas, o governo reduz impostos, como fez durante a crise, as vendas explodem e o Brasil se torna o quarto maior mercado consumidor e o sexto maior produtor. E o Lucro Brasil permanece inalterado, obrigando o consumidor a comprar o carro mais caro do mundo”
www.horadopovo.com.br

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O terrorismo de Estado praticado pelos EUA

RAUL PONT*

Poucas vezes paramos para refletir sobre um tema que não tem como objeto imediatamente o nosso País, ou nosso Estado. Porém com a realidade da política internacional, discutir a defesa da soberania nacional dos povos e dos direitos humanos, passa a se tratar de algo que tem a ver com qualquer ser humano, tem a ver com as nossas relações cada vez mais globalizadas.

Refiro-me aos acontecimentos que tomaram conta das manchetes, em especial nos últimos dias, quando o presidente da maior potência do mundo levanta de madrugada para anunciar em cadeia de televisão, com um ar triunfalista e ufanista, que o povo americano, através de seu governo, acabava de matar um adversário, um pretenso e suposto adversário, também suposto responsável pelos acontecimentos marcantes naquele 11 de setembro, que destruiu as torres gêmeas em Nova Iorque.

Que mundo é esse em que um presidente da República declara abertamente que o poder público matou um suposto terrorista?

No dia anterior a força aérea da OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, que é um braço dos Estados Unidos e da União Europeia, bombardeou uma casa, matando os netos e o filho do chefe do governo da Líbia, Muamar Kadafi. Isso também em nome de uma guerra santa e em nome de que o País vive uma guerra civil e, ao mesmo tempo, com a pretensa autorização da Organização das Nações Unidas para que a OTAN ou os Estados Unidos passem a ser o parâmetro, a régua do mundo para estabelecer em que guerra civil podem intervir ou em que situação interna de um país podem intervir, sequestrar ou matar.
Apesar de parecer algo muito distante de todos nós, apesar de parecer que esses fatos se esgotam na capa de um jornal, de uma revista, numa manchete de televisão, que mundo é esse em que as relações internacionais acabaram nessa verdadeira carnificina que estamos vendo sustentada e orientada, inclusive, pela própria complacência e conivência das Nações Unidas, que aparentemente legitimam esses fatos?

Já estamos acostumados com os acontecimentos do Afeganistão. Vimos o que ocorreu na guerra do Iraque: após a invasão e a morte de centenas de milhares de pessoas, a imprensa americana passou a dizer que o ex-presidente Bush realmente havia mentido à população sobre os verdadeiros motivos ou sobre as razões que teriam levado àquela invasão.

E a punição? Quem julga esses fatos como legítimos, legais? Como se estabelece esse critério?

É impossível não reconhecer que grande parte das rebeliões que ocorrem no norte da África e no Oriente Médio, além de toda e qualquer rebelião popular, que muitas vezes assumem características chamadas de terroristas, não passam de ações de desespero. Exatamente pela ausência absoluta de uma democracia para regular as relações sociais, as relações entre as pessoas ou o respeito à soberania e à autodeterminação entre os países.

Quando os poderosos se dão ao luxo de matar sem julgamento, sem condenação prévia, sem qualquer critério minimamente de acordo com as mais elementares bases de uma relação internacional e bombardeiam a família de dirigentes, matam os seus filhos e netos, estamos realmente diante de um mundo preocupante, de um mundo em que nós estabelecemos relações que nos levam a uma verdadeira selvageria.

Ora, as grande potências mundiais teriam que ser as primeiras a dar o exemplo. No combate ao terrorismo, no combate a atos isolados ou a atos coletivos, que também são condenáveis. O Estado tem que ter a obrigação de agir seguindo exatamente a observância das leis, da Constituição, do direito internacional, daqueles elementos que a humanidade vem construindo ao longo de séculos e que nos permitem a identificação como cidadãos, como países civilizados.

Essas questões são fundamentais. Quem tem a força, quem tem o poder das grandes potências deve ser o primeiro a dar o exemplo para que as regras, as leis e as normas sejam cumpridas. Não se combate a ação terrorista, suposta ou verdadeira, com outras ações terroristas.

Isso simplesmente estabelece, ou melhor, legaliza um terrorismo de Estado – que é o que estamos vendo ocorrer crescentemente no mundo. Temos, por exemplo, o campo de concentração em Guantánamo, onde as pessoas são presas em qualquer parte do mundo, sem guerra declarada, sem culpa formada, sem decisão transitada em nenhum processo e ali ficam, um ano, dois anos, cinco anos, 10 anos, a critério exclusivo de quem as prendeu, ou seja, a CIA, e o governo dos EUA.

Que regra internacional vai ser observada? Como se pode cobrar depois de um ato insano – como foi o caso do dia 11 de setembro – quando governantes do mesmo país são os maiores terroristas mundiais, a exemplo das ações que desenvolvem nos mais variados cantos do mundo: Guantánamo, Afeganistão, Iraque, Paquistão, e agora na Líbia. Tortura-se em Guantánamo, invade-se militarmente um país soberano, mata-se pessoas e jogam o cadáver ao mar em nome do combate ao terrorismo.

É lamentável a ação de uma figura como Barack Obama, que foi eleito com a expectativa de grandes mudanças, de grandes transformações, não só pela sua origem, pela sua condição de negro num país que, até décadas atrás, era declaradamente racista. Tudo aquilo que prometeu – o retorno imediato das tropas espalhadas pelo mundo, a pacificação do mundo – não foi cumprido. Estamos vendo uma figura lamentável, cada vez mais triste, desse presidente que se transforma, hoje, em refém da velha máquina de guerra, dos velhos imperialistas americanos que controlam uma indústria bélica brutal e que veem nisso o instrumento e o mecanismo de dominação do mundo.

Pode parecer que essa questão nada tenha a ver com nosso cotidiano, com o nosso dia-a-dia. Porém é impossível, diante dessas manchetes, diante desses acontecimentos, que nós não manifestemos ao menos a nossa opinião, a nossa inconformidade e a nossa indignação com esses comportamentos. Tais atitudes, que não contribuem em nada e não cumprem nenhum papel de recuperação, de qualquer tentativa de caracterizar a nossa civilização como realmente uma civilização e não uma barbárie em que se está transformando o mundo cada vez mais por este tipo de ação.

(*) Deputado estadual (PT) e presidente do PT-RS
Fonte: Jornal Hora do Povo

sábado, 30 de abril de 2011

Wikileaks confirma 455 prisões de inocentes em Guantânamo

Os Estados Unidos cometeram abusos e torturas contra presos em Guantánamo, confirmaram 759 informes secretos divulgados pelo Wikileaks, que revelaram que 60% dos réus foram encerrados nessa prisão, em território usurpado de Cuba, sem nenhum vínculo com ações ou grupos terroristas, sem acusações concretas, nem chance de julgamento, quanto menos de defesa.

“Os Arquivos de Guantánamo, que o Wikileaks começou a publicar, jogam luz sobre essa monstruosidade da era Bush que a administração Obama decidiu continuar”, afirmou Julian Assange na segunda-feira (25/04).

Milhares de fichas de detidos ou ex-detidos da prisão norte-americana de Guantánamo e outros documentos relacionados, emitidos pela JFT-GTM (Força-Tarefa de Guantánamo) e enviados como memorandos ao US Southern Command (Comando Sul dos Estados Unidos), começaram a ser publicadas no domingo (24/04).

Com data entre 2002 e janeiro de 2009, os registros revelam que o governo dos Estados Unidos usou a prisão de Guantánamo para obter informação dos detidos, independentemente de serem suspeitos ou não e sob torturas. Informam também que muitos dos prisioneiros afegãos e paquistaneses eram inocentes, incluindo motoristas, agricultores e cozinheiros, detidos durante operações de invasão.

O jornal espanhol El País cita o exemplo do diretor de escola sudanês Al Rachid Raheem, do afegão Mahngur Alijan que pedia carona para comprar remédios e do iraniano Bajtiar Bamari, que vivia no Afeganistão na época em que os EUA diziam que procuravam Osama Bin Laden.

“759 relatórios secretos revelam os abusos em Guantánamo. Os documentos mostram que a principal finalidade da prisão foi explorar todas as informações dos presos, apesar da reconhecida inocência de muitos deles. 60% foram levados para a base militar sem nem serem ameaças prováveis”, escreveu o insuspeito jornal espanhol, a maioria das vezes com as opiniões do Pentágono.

O El País cita ainda o caso de um homem de 89 anos preso em Guantánamo. Ele sofria de demência senil, artrite e depressão. Foi detido porque os soldados encontraram um telefone na vila de casas onde ele vivia que continha números de pessoas “suspeitas” de ligação com o Talebã. O idoso não sabia quem era o dono do telefone nem sabia usá-lo. Ficou preso anos até resolverem que não era “perigoso”.

Desde sua criação, em 2002, morreram sete presos no local, segundo dados oficiais. Sua manutenção não encontra amparo em nenhuma convenção internacional e, portanto, não há como fiscalizar o que acontece em seu interior. Os EUA também não permitem nem que a ONU inspecione as condições da base e do tratamento recebido pelos detidos.

Atualmente, há 172 detidos. “Está na hora de reacender o discurso público sobre a prisão de Guantánamo, na esperança que finalmente se possa fazer alguma coisa para trazer justiça para esse estabelecimento”, afirmou Julian Assange, fundador do Wikileaks.

Assange qualificou Guantánamo de “estabelecimento de ‘lavagem’ de pessoas”, comparando com a lavagem de dinheiro, em que bancos e grupos especulativos escondem recursos ilícitos.

Após a divulgação dos documentos pelos jornais, o Departamento de Estado e o Pentágono lamentaram... o vazamento.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Candidato nacionalista sai na frente no 1º turno das eleições peruanas

Com 83% das urnas apuradas pelo Onpe (Escritório Nacional de ProcessosEleitorais), Ollanta Humala, candidato do coligação Ganha Peru, foi ratificado como o candidato mais votado na eleição presidencial ocorrida no último domingo, com 30,9% dos votos. Disputará o segundo turno com Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, condenado a 25 anos de prisão por corrupção e violação aos direitos humanos. Keiko obteve 23,1% de apoio.


Logo depois da proclamação da vitória, neste primeiro turno, o líder do Partido Nacionalista Peruano afirmou que o respaldo à sua candidatura representa o clamor de um povo que pede mudanças. “Uma mudança persistente que faça a grande redistribuição da riqueza no país e não só que o crescimento econômico seja de poucos, mas que seja de todo o povo peruano”, disse Ollanta.


O país teve um crescimento de 8,9% no ano 2010 baseado na exportação de minérios e nos altos preços internacionais dessas commodities, provocados pela especulação. Isso, porém, não se refletiu no desenvolvimento da economia nacional. “O lucro das transnacionais mineiras cresceu entre 35 e 40%, mas os salários estão estancados no mesmo valor de 1994. O PIB cresceu pela exportação de matérias primas, mas temos um aparato produtivo parado que não gera empregos”, assinalou Humberto Campodónico, decano da Faculdade de Economia da Universidade Nacional de San Marcos, de Lima.


“Esta noite quero fazer um chamamento à unidade de todo o povo que quer a grande transformação, um chamado a todas as forças políticas, sociais, a todas as forças trabalhistas, a todos os peruanos e peruanas que queiram se somar a esta grande transformação. Necessitamos somar uma maioria social e esse é o desafio do segundo turno, portanto nós vamos trabalhar pela unidade no país, para que estas eleições não nos dividam, que nos unam, esse é o conceito de amor pelo Peru”, sublinhou Humala.


Em pronunciamento aos seus simpatizantes, o candidato nacionalista propôs “políticas públicas direcionadas a diversificar nossa economia, para incorporar maior valor agregado ao que produzimos e vendemos”, advertindo que “isso só é possível se nosso mercado interno desenvolve uma capacidade maior de ampliar seu consumo e se nossa produtividade nos permite estar em melhores condições”.

sábado, 9 de abril de 2011

Múltis no etanol complicaram o abastecimento, avalia Dilma

Presidente se reúne com ministros e pede estudos com medidas para combater a especulação com etanol e a falta do produto

A presidente Dilma Rousseff cobrou, no início da semana, em reunião com ministros de seu governo, um maior controle sobre o abastecimento de etanol para os consumidores brasileiros. Ela está inconformada com a falta do combustível nos postos e o aumento nos preços observado nas últimas semanas. Dilma criticou as empresas produtoras, sobretudo os executivos de companhias estrangeiras, por não estarem se comprometendo com os planos estratégicos do governo. “A entrada de empresas multinacionais no setor”, avaliou, “não resolveu esse problema. Ao contrário, agravou a visão restritiva dos compromissos”.

Com a intensa desnacionalização observada no setor sucroalcooleiro nos últimos anos, o governo passou a deter cada vez menos controle sobre níveis de estoques em mãos privadas e dos levantamentos de oferta e demanda internas. A determinação da presidenta Dilma para que a ANP (Agência Nacional do Petróleo) passe a ter maior controle sobre a quantidade de etanol produzida e o fluxo de comercialização das usinas, revela a falta de controle que vinha imperando no setor.

Por determinação da presidenta, o produto passará a ser tratado como combustível estratégico e não mais como um mero derivado da produção agrícola. O aumento do consumo de etanol nos últimos anos e a falta de oferta, apesar de ter havido aumento da produção (48% em relação ao ano anterior), tem provocado elevação dos preços ao consumidor.

Dilma chegou a mencionar que, “no limite”, pensaria em uma eventual taxação das exportações de açúcar. Há uma forte suspeita, observada também pela presidenta, de que os grandes grupos produtores estariam desviando a produção para o açúcar em detrimento do etanol. Os preços da commodity são os maiores desde a década de 70 e sua remuneração supera a do etanol em 75%. Os produtores estariam mais interessados em ganhar com a bolha especulativa do que garantir o abastecimento interno de álcool. A certa altura, Dilma disse aos ministros que, se os EUA decidissem retirar as tarifas ao etanol brasileiro, o país passaria pelo vexame de não ter como fornecer o combustível ao exterior. Ao contrário, o país virou importador de etanol - e justamente dos EUA.

Preocupada com a forte alta de preços nas bombas e as ameaças de desabastecimento, a presidenta encomendou também a quatro auxiliares estudos para reduzir “substancialmente” a mistura de etanol à gasolina, que hoje varia de 20% a 25%. Participaram da reunião os ministros Antonio Palocci (Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Edison Lobão (Minas e Energia) e Wagner Rossi (Agricultura).

Um dos maiores símbolos da monopolização do setor, bem como da desnacionalização da produção de álcool e açúcar no Brasil foi a compra da Cosan, empresa brasileira, maior produtora de açúcar e álcool do mundo, pela multinacional anglo-holandesa Shell. A Shell passou a controlar a produção de etanol, açúcar e energia e o suprimento, além da distribuição e comercialização de combustíveis. O negócio incluiu a aquisição pela multinacional de todas as 23 usinas de açúcar e etanol da empresa brasileira.

Para quem tinha a ilusão de que a Cosan e a Shell tinham apenas se fundido, bastou comparar o faturamento das “associadas” para saber quem comprou quem: enquanto a Cosan fatura anualmente cerca de US$ 8,5 bilhões, a Shell fatura US$ 458 bilhões. A Cosan, além de produtora de açúcar, já atuava no setor de distribuição após a compra dos postos da Esso. A Shell também atuava no setor de distribuição de combustíveis, mas não na produção de etanol.

Com a aquisição pela multinacional das 23 usinas de açúcar e etanol da empresa brasileira passaram para controle estrangeiro aproximadamente 60 milhões de toneladas de capacidade de moagem de cana-de-açúcar por ano, com capacidade de produção de mais de 2 bilhões de litros de etanol. Além disso, a Cosan transferiu para a Shell quatro refinarias de açúcar, todos os ativos de cogeração de energia a partir do bagaço de cana-de-açúcar, participação em empresa de logística de etanol, 1.730 postos de serviços e dois terminais portuários de distribuição de combustíveis. Nos últimos três anos ocorreram no Brasil 60 operações desse tipo envolvendo 100 usinas.

Analistas avaliam que a maior monopolização, resultado das fusões e aquisições, aumentaram a capacidade das empresas de segurarem seus estoques para manipularem os preços. O Professor do Departamento de Administração - Faculdades de Ciências Sociais e Agrárias de Itapeva/Fait, Flauzino Auzino Antunes Neto, avalia que, com a desnacionalização e a monopolização do setor, está diminuindo a competição e havendo um aumento exagerado dos preços.

A multinacional francesa Louis Dreyfus passou a ser a segunda maior empresa em operação no Brasil. A terceira era a Moema, mas esta foi adquirida pela norte-americana Bunge. Outra gigante que também atua no setor é a BP (British Petroleum).

Outros grupos dos EUA e de outros países, como Archer Daniels Midland (ADM) - maior produtora de etanol dos EUA -, Cargill, Infinity Bio-Energy, Clean Energy Bio-Energy, Globex e Pacific Ethanol, Kleiner, Perkins, Caufield & Byers, também ampliaram seus negócios no Brasil. “Sairemos de umas 400 usinas na mão de 80 grupos, para 90 usinas nas mãos de 30 grupos”, disse Flauzino Neto.

E o pior é que este aprofundamento da desnacionalização – uma ambevização da economia brasileira –, além de desorganizar o setor e provocar preços extorsivos ao consumidor, vem se dando com entrada reduzida de capitais trazidos pelas empresas compradoras. É que a desnacionalização tem sido feita sob os auspícios do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Só a Cosan, por exemplo, foi contemplada com R$ 986,5 milhões pouco antes de ser adquirida pela Shell.

SÉRGIO CRUZ

Lei do piso do professor vale para todo o país,decide STF

Extraído de: Associação do Ministério Público de Minas Gerais - 07 de Abril de 2011


O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quarta-feira (6), por 8 votos a 1, a validade da Lei do Piso Nacional do Magistério. Após adiar por duas vezes o julgamento do mérito da matéria, o Supremo rejeitou a ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) 4167. A ação alegava que a lei era inconstitucional, e havia sido impetrada por cinco Estados.

A lei, que foi sancionada em 2008, determinava o rendimento mínimo por 40h semanais de trabalho para professores da educação básica da rede pública. O valor atual do piso é de R$ 1.187,14, que passa a ser considerado como o "vencimento básico" da categoria, ou seja: gratificações e outros extras não podem contar como parte do piso.

Os ministros Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello, Ayres Britto e Gilmar Mendes votaram a favor do piso; as ministras Cármen Lúcia e Ellen Gracie o aprovaram parcialmente; e o voto do ministro Março Aurélio Mello foi o único contrário à lei.

Os proponentes da ADI queriam que o termo "piso" fosse interpretado como remuneração mínima, incluindo os benefícios, sob a alegação de que os Estados e municípios não teriam recursos para arcar com o aumento.

Não há restrição constitucional ao uso de um conceito mais amplo para tornar o piso mais um mecanismo de fomento à educação, defendeu o ministro Joaquim Barbosa, relator da ação, durante seu voto.

Por meio da ação impetrada no mesmo ano da sanção da lei, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará também questionavam pontos específicos, tais como a regra de que um terço da carga horária do professor deveria ser reservada para atividades extraclasse, como planejamento de aula e atualização. Esse dispositivo foi suspenso pelos ministros à época da aprovação da lei, e voltou a ser discutido hoje.

Parte dos ministros considerou que há invasão da competência legislativa dos entes federativos (estados e municípios) e, portanto, violação do pacto federativo previsto na Constituição. Com isso, não se chegou ao quórum necessário de seis votos para a declaração de constitucionalidade ou inconstitucionalidade dessa norma.

O ministro Ayres Britto, que presidiu a sessão, afirmou que a votação deste item deve ser retomada na próxima semana. Com informações da Agência Brasil e do STF.

STF decide a respeito do piso nacional de professores

Extraído de: Bahia Notícias - 07 de Abril de 2011


Por maioria dos ministros, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou que a Lei 11.738/2008 é constitucional na parte em que vem a regulamentar o piso nacional dos professores de educação básica na rede pública. O único voto divergente na sessão foi o do ministro Marco Aurélio. O art. 2º, 4º da citada lei determina que no máximo 2/3 da carga horária do professor deve ocorrer em atividades na sala de aula. Tal dispositivo ainda se encontra pendente de análise pelo Supremo.

Uma parte dos ministros defendeu a tese a que existiria a invasão de competência legislativa dos estados e municípios, violando o pacto federativo previsto na Constituição Federal de 1988. De tal modo, não foi atingido o necessário quórum para a decisão a respeito da constitucionalidade dessa norma. O julgamento em questão teve uma duração de mais de quatro horas e ocorreu nesta última quarta-feira (6) enquanto da análise de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ajuizada pela corte dos governos do Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Provinha Brasil 2011

www.mec.gov.br
Primeira edição de matemática chegará às escolas em agosto
Quinta-feira, 27 de janeiro de 2011 - 12:25

Em agosto deste ano, escolas da rede pública com turmas de estudantes no segundo ano (alfabetização) do ensino fundamental vão receber a primeira Provinha Brasil de matemática. Desde 2008, o Ministério da Educação produz, imprime e distribui a provinha de língua portuguesa. Em ambas, a aplicação pelas escolas não é obrigatória.

De acordo com a coordenadora do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Mariana Santos, o desenho da prova de matemática já passou por pré-testes de itens com alunos em novembro e dezembro do ano passado. Agora, o instituto trabalha na elaboração das 20 questões.

Em 2012, as redes de ensino receberão as duas provas no começo do primeiro semestre e no final do segundo.

Dados do Censo Escolar de 2010 coletados pelo Inep indicam que 3,3 milhões de crianças estão matriculados no segundo ano do ensino fundamental, distribuídas em 166 mil turmas em todas as unidades da Federação. Esse é o público-alvo da Provinha Brasil de 2011, nas versões língua portuguesa e matemática.

Para a coordenadora de ensino fundamental da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, Edna Martins Borges, a Provinha Brasil foi bem aceita pelos sistemas de ensino públicos e hoje está consolidada. Segundo ela, com o surgimento da versão de matemática, o MEC amplia a avaliação do ciclo da alfabetização das crianças.

A provinha de língua portuguesa deste primeiro semestre estará em todas as escolas até 15 de março. Além das provas para os alunos, as escolas receberão um conjunto de publicações informativas composto de caderno do professor-aplicador, roteiro passo-a-passo com orientações sobre a aplicação da prova, guia de correção e interpretação dos resultados e folder que conta a trajetória da provinha.

Aos gestores das secretarias de educação, diretores de escolas e professores, a SEB recomenda que a prova de língua portuguesa seja aplicada no início do ano letivo. O exame, com 20 itens de múltipla escolha, é aplicado pelo professor em sala de aula ou por coordenador pedagógico definido pela direção da escola. De acordo com Edna Borges, a provinha permite aferir o aprendizado dos alunos no início e no fim do ano letivo. Com os dois resultados, os sistemas de ensino podem comparar os resultados e refletir sobre a prática pedagógica. Caso apareceram problemas, podem definir estratégias para solucioná-los. O objetivo final é que as crianças estejam alfabetizadas aos oito anos de idade.

A realização da Provinha Brasil compreende uma série de atividades que envolvem a SEB, o Inep e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), além de parcerias com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). A SEB promove a licitação para a impressão e a distribuição do exame; o Inep elabora, testa e define as questões; o FNDE cuida dos recursos de todas as fases do processo. A Undime e o Consed são responsáveis pela mobilização e orientação das escolas em cada rede de ensino.

Ionice Lorenzoni