segunda-feira, 25 de março de 2013

Paulo Bernardo afronta PT para defender os interesses das teles

Ministro admite que teles não pagam impostos

Em reunião no início do mês, em Fortaleza, o Diretório Nacional do PT aprovou a resolução “Democratização da Mídia é Urgente e Inadiável”, na qual o partido conclama “o governo a rever o pacote de isenções concedido às empresas de telecomunicações, a reiniciar o processo de recuperação da Telebrás; e a manter a neutralidade da Internet (igualdade de acesso, ameaçada por grandes interesses comerciais)”. No documento, o PT lembra a recente isenção fiscal no valor de R$ 6 bilhões concedida às teles.
Foi o que bastou para o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, sair em defesa das operadoras de telecomunicações. “É incompreensível que um partido que está há dez anos no governo seja contra a desoneração e critique o nosso esforço para baixar impostos. Será que o PT acha que são as teles que pagam esse imposto? O custo é alto e quem paga é o consumidor”, reagiu Bernardo.
No texto, o PT afirma ainda que “o oligopólio que controla o sistema de mídia no Brasil é um dos mais fortes obstáculos, nos dias de hoje, à transformação da realidade do nosso país”.
Diante disso, o Diretório Nacional do PT resolveu “conclamar o governo a reconsiderar a atitude do Ministério das Comunicações, dando início à reforma do marco regulatório das comunicações, bem como a abrir diálogo com os movimentos sociais e grupos da sociedade civil que lutam para democratizar as mídias no país”. Além disso, “apoiar a iniciativa de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular para um novo marco regulatório das comunicações, proposto pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), pela CUT e outras entidades, conclamando a militância do Partido dos Trabalhadores a se juntar decididamente a essa campanha”.
Também neste quesito Paulo Bernardo questionou a resolução do PT, pois, no seu entender, há “muita confusão” sobre o que é marco regulatório da mídia: “A Constituição veda a censura e, portanto, o marco regulatório não pode ser confundido com controle da imprensa nem com nenhum tipo de controle de nada”. E asseverou que “não há e nunca vai haver” marco regulatório para jornais e revistas.
“O PT é contra qualquer tipo de censura, mas é inadiável o alargamento da liberdade de expressão e também da democracia nos meios de comunicação”, frisou o presidente do partido, deputado Rui Falcão.
Para o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), “empresa privada não tem que ter subsídio, tem que ser regulada pelo mercado. E sou favorável à democratização da mídia”.
De acordo com Bernardo, “alguns militantes nossos misturam regulação da mídia com investimentos em telecomunicações. Isso não pode acontecer. São assuntos separados”. Ele acredita que as teles irão investir cerca de R$ 18 bilhões até 2016 em infraestrutura de banda larga, em função da desoneração de R$ 6 bilhões anunciada no início do mês. Ocorre que assim como não investiram na universalização da telefonia fixa, as teles não irão fazer na internet de alta velocidade. Vão usar a desoneração para multiplicar seus lucros, que estão entre os maiores entre todos os setores da economia.
O PT resolveu também convocar uma Conferência Nacional Extraordinária de Comunicação, a ser realizada ainda este ano, com o tema “Democratizar a Mídia e ampliar a liberdade de expressão, para Democratizar o Brasil”.

10 anos da invasão do Iraque

A fracassada jornada do ‘sangue por petróleo’
É praticamente consenso nos EUA nos dias de hoje que a invasão do Iraque, há dez anos desencadeada pelo presidente W. Bush com base numa mentira, a das inexistentes "armas de destruição em massa", e contra a ONU, foi "um dos maiores erros estratégicos da história dos EUA". Para quem pretendia dar a volta por cima da derrota no Vietnã, as coisas não saíram como programado.
Ao bater em retirada em 2009, os EUA estavam imersos na maior crise econômica desde os anos 1930, e a invasão, a ser "paga com petróleo iraquiano", havia custado mais de US$ 2 trilhões de dólares, o que foi um dos estopins do débâcle. Internacionalmente o país vivia um isolamento sem precedentes. A retirada das tropas inglesas de Basra havia sido ainda mais inglória, sob cobertura da escuridão e se escondendo no deserto para esperar o resgate.
Os nomes de W. Bush, Tony Blair, Donald Rumsfeld e Dick Cheney passaram à história como o de maiores criminosos de guerra pós-Vietnã. De acordo com o site costsofwar.org, só de mortes diretas, foram 189.000 iraquianos, sendo 134 mil civis e 36.400 da Resistência. Um número ainda subestimado, com a Organização Mundial de Saúde falando em 223.000. A pesquisa da revista médica Lance estabeleceu, para os três primeiros anos de guerra, quase 655.000 "mortes em excesso" – quando são comparadas as taxas de mortalidade antes da invasão e as que passaram a prevalecer depois. Há uma estimativa de mais de 1 milhão, da organização de pesquisa ORB.
O "passeio" de Rumsfeld acabou acarretando a morte de 4.488 soldados dos EUA, mais 3.418 mercenários contratados do Pentágono, mais dezenas de milhares de feridos, grande parte mutilados pelas bombas improvisadas. Também foram mortos 10.819 soldados e policiais fantoches. Os satélites dos EUA perderam 318 soldados. As grandes bases que os EUA haviam construído para ocupar no Iraque por décadas tiveram de ser abandonadas; a maior embaixada dos EUA do mundo virou um elefante branco.
O roubo do petróleo nem de perto chegou ao planejado, sob o fogo incessante da Resistência, e as majors dos EUA agora negociam principalmente com os separatistas curdos na tentativa de assegurarem um naco do que já achavam que era seu, só seu. O governo fantoche que promoveram não esconde os amores pelo Irã.
O escândalo da tortura em Abu Graib logo se tornou o símbolo da invasão, só suplantado pela carnificina montada pelo Pentágono ao trazer a "solução salvadorenha", a "guerra suja", a criação de esquadrões da morte e a proliferação dos centros de tortura para tentar deter a Resistência, sob coordenação estreita do coronel James Steele e do general Petraeus. Essa política sistemática de limpeza étnica causou 4 milhões de refugiados iraquianos.
A cidade de Faluja, devastada pelos invasores por seu papel de liderança na Resistência, jamais se rendeu e hoje continua sendo um dos maiores centros da luta contra os fantoches. Os invasores assassinaram o presidente iraquiano Sadam Hussein, após um julgamento-farsa, montado pelo Departamento de Justiça dos EUA, assim como dezenas de líderes iraquianos. Mas fracassaram em capturar o novo líder do partido Baas, Izzat Ibrahim Al Douri, vice de Sadam no Conselho da Revolução.
O Iraque pagou um enorme preço pela invasão. Sua infra-estrutura foi destruída pelos bombardeios dos EUA, o país passou a viver sob apagões diários, falta água tratada, o desemprego ultrapassa os 30%, e a corrupção se espalhou com os fantoches e suas negociatas. Sob o urânio depletado deixado pelos bombardeios dos EUA, as taxas de câncer e de defeitos congênitos explodiram. A invasão abriu espaço para a Al Qaeda e seus carros-bomba, que não tinha o menor espaço no Iraque sob Sadam.
Com Sadam, o Iraque havia nacionalizado o petróleo e usado essa riqueza para emancipar o país, elevar as condições de vida do povo, instruí-lo em universidades, criar um dos maiores desenvolvimentos humanos, senão o maior, do Oriente Médio, que nem mesmo as agruras extremas dos dez anos de bloqueio haviam logrado destruir. Agora, o país se depara com a herança maldita da invasão e com a tarefa de derrubar o governo fantoche, e pôr no lugar um regime popular que restaure a democracia, a unidade nacional e a soberania. É uma situação muito dura, mas o mais difícil, botar para fora os ianques, já foi feito.
A.P.

EUA simula ataques nucleares com seus B-52 contra a RPDC


O Ministério das Relações Exteriores da República Popular da Coreia – RPDC denunciou que os EUA estão simulando ataques nucleares na Península Coreana.
Segundo o Ministério, as incursões na Península com os bombardeiros B-52 se constitui numa grave e inaceitável pro- vocação dos EUA.
Os bombardeiros são capazes de lançar bombas nucleares e atirar mísseis também com ogivas nucle- ares. Os mísseis, tem um alcance de 2.900 qui- lômetros e portanto podem atingir qualquer ponto da RPDC se atirados da fronteira com a Coreia do Sul, região onde estão sendo realizadas (dias 8, 18 e 19 de março) os vôos.
"É uma provocação imperdoável", acrescenta a RPDC. Os bombardeiros partem da base de Okinawa, na ilha de Guam, Japão, alertando aos EUA que parem com as incursões.
O Pentágono não escondeu o caráter de simulação de ataque nuclear e seu secretário de imprensa, George Little, que "não é segredo que estão em meio a uma mensagem muito forte".
No intento de esconder a iniciativa da provocação, o vice-secretário de "Defesa" dos EUA, Ashton Carter, chamou a simulação nuclear de "dissuasão extendida".
Segundo Ashton, tais manobras "vão ressaltar as capacidades tanto nucleares, quanto conven- cionais dos B-52.
Além disso, os EUA deslocaram para perto da Península Coreana subma- rinos equipados com mísseis com ogivas nucleares.

"Nós não podemos tolerar que os EUA levem a cabo exercícios de ataques nucle- ares, nos colocando como alvo, e os propagandeando como ‘fortes advertências’’’, conclui o Ministério da RPDC.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Para Marilena Chauí, a “nova classe média” é uma “bobagem sociológica”

A filósofa Marilena Chauí afirmou que o surgimento de uma "nova classe média" é uma "bobagem sociológica", já que o que houve foi a ampliação da classe trabalhadora.
A filósofa participou, na última quarta-feira (13), em Goiânia, da edição do Café com Ideias, fórum que é uma promoção do Centro Cultural Oscar Niemeyer, do governo de Goiás, organizado pelo jornalista e professor da UFG Lisandro Nogueira.
As declarações de Chauí foram captadas por Renato Dias para o Diário da Manhã e reproduzidas por vários blogs.
Ela criticou o monopólio da informação pela mídia. "Monopólio, mão única, ideologia da competência, interesses obscenos. A manipulação é contínua. É uma coisa nauseante", discursou. Criticou também o neoliberalismo. "O encolhimento do espaço público e o alargamento dos espaços privados". Segundo ela, o dogma neoliberal, da preponderância do mercado, é um engodo. "Como mostram as crises da União Europeia e dos Estados Unidos", esclareceu. Para ela, a aplicação dos remédios neoliberais devastou a Europa e seu sistema produtivo. "A Europa é um parque jurássico e pode não conseguir se recuperar", avaliou.
Ex-secretária de Cultura do município de São Paulo na gestão de Luiza Erundina, Chauí afirmou que a internet pode ser um fator de democratização do acesso à informação, mas também de controle. E denunciou a vigilância e controle dos equipamentos informá-ticos, com hegemonia dos Estados Unidos e do Japão.

sexta-feira, 15 de março de 2013

PSC reafirma apoio a deputado racista, mas protestos crescem

O PSC decidiu manter o deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, mesmo depois de sofrer pressões de políticos e de movimentos sociais para rever a indicação. "Meu partido pediu que eu ficasse, então eu fico", disse o deputado. A eleição do pastor, que fez declarações racistas, provocou protestos em todo o Brasil.
A primeira sessão sob a presidência de Feliciano, na quarta-feira (13), foi tensa, com bate-boca, gritos, vaias e tumulto. Sem direito a palavra, o deputado Nilmário Miranda (PT/MG), ex-presidente da comissão, se dirigiu à mesa para protestar. Ele foi acompanhado pelos também petistas Érika Kokay (DF) e Domingos Dutra (MA). Houve troca de insultos e empurrões entre Dutra e o deputado Takaiama (PSC/PR).
"Esta comissão está inviável. Em 18 anos, ela foi presidida por vários partidos e nunca houve tumulto. Vou me retirar em protesto porque não lhe reconheço como presidente e o senhor me tolheu a palavra a todo momento", disse Miranda.
O deputado foi alvo de manifestantes que protestaram nos corredores da Câmara e em frente ao Congresso Nacional. Durante a sessão, representantes de movimentos fizeram muito barulho e gritaram palavras de ordem contra Feliciano: "Racista, fundamentalista!", "Pastor ditador!", "Fora Feliciano!"
Já congressistas opositores do pastor protocolaram no Supremo Tribunal Federal (STF) mandado de segurança em que pedem a anulação da eleição de Feliciano. Eles afirmam que a votação, a portas fechadas, não teve aval de todos os integrantes da comissão. HP

Papa argentino surpreende o mundo



    Após dois dias de conclave e cinco votações, a Igreja Católica escolheu o novo Papa, o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, nome que surpreendeu por não estar entre os favoritos. Jesuíta, ele adotou o nome de Francisco I, em referência ao santo de Assis. É o primeiro papa latino-americano e sua escolha foi celebrada pela multidão na Praça de São Pedro no Vaticano e em especial na sua terra, a Argentina. Ele se tornou arcebispo de Buenos Aires em 1998 e foi nomeado cardeal em 2001, por João Paulo II.
   Foi apresentado como um homem simples, que anda de ônibus e cozinha a própria comida, e que tem apreço pelos pobres. Existe a expectativa de que, com ele, a Igreja supere a atual crise evidenciada pela renúncia do Papa Bento XVI - evento que não se repetia há seiscentos anos-, pelas denúncias sobre malfeitos no Banco do Vaticano, confrontos entre grupos da hierarquia religiosa, perda em massa de fiéis e o escândalo da pedofilia por certos padres e acobertamento por superiores. A presidente Cristina Kirchner enviou mensagem de saudação ao papa eleito, e o governo argentino deu como certa sua presença na missa de inauguração do pontífice.
  Houve quem se opusesse à escolha. Pesam contra o então cardeal, agora papa, acusações de colaboração com a ditadura argentina que torturou e assassinou milhares entre 1976 e 1983. Em geral, a cúpula da Igreja argentina apoiou o golpe. O livro El Silencio, do premiado jornalista Horacio Verbitsky, do jornal Pagina 12, denuncia que ele escondeu presos para a ditadura em uma residência de praia durante visita à Argentina da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
  Afirma ainda que ele foi cúmplice na prisão – e cinco meses de tortura – de dois sacerdotes jesuítas Francisco Jalics e Orlando Yorio. Biografia de Dom Bergoglio publicada em 2010 alega que, ao contrário, foi a intervenção dele que teria salvo a vida dos dois. Ele também foi apontado pela Associação das Mães da Praça de Maio e chegou a ser convocado como testemunha pelo tribunal que julgou o roubo sistemático de bebês pela ditadura (filhos de mulheres executadas pelo regime), no processo movido por Estela de la Cuadra, uma das fundadoras do movimento, em busca da sobrinha Ana.  Fonte HP