sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Globo fraudou vídeo da UOL para sustentar farsa de Serra

Não se pode enganar a todos por todo o tempo. A melhor coisa que poderia acontecer ao Brasil é Serra e a Globo se enforcarem na mesma corda. E está acontecendo. Na imagem mostrada pela Globo, nada atingiu Serra. Tudo não passou de um truque para proteger o farsante e apresentar o presidente Lula como mentiroso e irresponsável, pela precisa comparação que ele fez entre Serra e o famigerado goleiro Rojas.

Leia abaixo na íntegra o artigo de Carlos Lopes, colunista do HP, sobre a bolinha de papel que acertou Serra, no Rio de Janeiro.

Como noticiamos nós e outros órgãos de comunicação, a partir dos vídeos do SBT e da Record, Serra foi atingido no bairro carioca de Campo Grande por uma inofensiva bolinha de papel; o resto foi canastrada – a mão na cabeça, a tomografia, etc., etc., etc. - que expõe nitidamente o seu caráter.

Porém, na quinta à noite, o Jornal Nacional exibiu um vídeo de péssima qualidade, para segurar a pantomina, já a caminho do espaço, depois do pronunciamento do presidente Lula.

Depois de exibir Serra com a mão na cabeça – para induzir no telespectador uma conclusão antes dos fatos – apareceu o vídeo, com zoom numa imagem sobre a careca de Serra, que seria um “rolo de fita crepe”, algo que o locutor não conseguiu sustentar, ao descrevê-la como “circular e transparente”.

Para abafar as dúvidas, a Globo recorreu aos bem pagos préstimos do sr. Ricardo Molina, que atestou que o espectador viu o que não viu. Molina é foneticista (um especialista em áudio) de reputação mais do que duvidosa. Demitido em 2001 da Unicamp por “irregularidades administrativas” - entre as quais o uso de verba pública na compra de uísque e caviar para uso próprio – nunca foi um perito. É um “auxiliar técnico” contratado por acusados em busca de laudos que os beneficiem.

No vídeo mostrado no site da “Folha”, Serra, ao receber o suposto impacto do suposto objeto, não esboça qualquer reação, nem mesmo facial. Permanece andando, como se nada tivesse acontecido, por 5 segundos, depois dos quais há um corte. Só depois desse corte é que aparece com a mão na cabeça. No caso da bolinha de papel, ele levou três segundos para esboçar reação. Como, então, durante 5 segundos, ele não reagiu a um rolo de fita crepe que, segundo o “perito”, se chocou com a sua careca a 40 km/h?

A época atual é muito imprópria para fraudes desse tipo. A informática faz com que existam milhares de pessoas que lidam com vídeos – especialistas que entendem muito a respeito deles.

Esse é o métier do professor José Antonio Meira da Rocha, da Universidade de Santa Maria, que ensina planejamento gráfico, jornalismo online e mídias digitais. Após analisar o vídeo do Jornal Nacional, ele escreveu: “Será que a velha mídia não se dá conta que qualquer pessoa pode gravar TV e passar quadro-a-quadro? E que, fazendo isto, a pessoa pode ver que não há nenhum rolo de fita crepe sendo atirado contra o candidato José Serra? Que o detalhe salientado em zoom não passava de um artifact de compressão de vídeo sobreposto à cabeça de alguém ao fundo? Que não se vê no vídeo quadro-a-quadro nenhum objeto indo ou vindo à cabeça do candidato?”. Um “artifact”, explica ele, é “um defeito de compressão que se caracteriza por quadrados de bordas afiadas e interior difuso”.

Meira da Rocha decompôs o vídeo em seus quadros (“frames”). O original tem 913 quadros, mas o suposto objeto que teria atingido Serra aparece em um único quadro. Ao contrário da bolinha, o objeto da Globo/Folha não tem trajetória, aparecendo do nada, e, no quadro seguinte, 0,0666 segundos depois, já desapareceu.

O “perito” da Globo percebeu que isso tornava a história de Serra (e da Globo) impossível. Como, então, resolveu o problema? Dizendo que a trajetória do objeto não aparece porque o celular capturava apenas 2 quadros por segundo (“500 milissegundos entre cada quadro”) e o objeto voava a 40 km/h.

Meira da Rocha nota que essa taxa de 2 quadros por segundo é “completamente irreal”. Em suma, ela é falsa. O celular captava 15 quadros por segundo (15 fps – “frames por segundo”). Voando a 40 km/h, a trajetória seria captada em pelo menos 5 quadros do vídeo. Porém, não contente com o cálculo matemático, Meira da Rocha fez uma experiência prática. Depois de estabelecer a distância para que um objeto atirado manualmente atingisse um alvo com aproximadamente 40 km/h, lançou um rolo de fita crepe contra uma cadeira e registrou num vídeo com 15 quadros por segundo (15 fps): a trajetória apareceu em cinco quadros, além daquele em que se chocou com o alvo (ver http://decom.cesnors.ufsm.br/jornalismo/2010/10/23/e-serra-na-fita).

Porém, “se os quadros fossem captados a cada 500 milissegundos ou meio segundo (2 fps), o suposto objeto apareceria em apenas UM frame. Perceberam por que os ‘500 milissegundos’ do laudo?”. Em suma, Molina falsificou a taxa de captura do celular para que parecesse lógico aquilo que não tem lógica: um objeto sem trajetória, que aparece num único quadro de um vídeo e desaparece antes de 66,6 milissegundos (ou 0,0666 segundos), que é o intervalo entre um quadro e outro.

Em seguida, o professor demonstrou, com a exposição quadro por quadro do vídeo, que a imagem sobre a careca de Serra era a cabeça de alguém atrás dele, misturada com os já mencionados “artifacts”.

Trabalhando de forma completamente independente de Meira da Rocha, o cineasta Daniel Florencio, editor e diretor de vídeos há 10 anos, chegou às mesmas conclusões. Como disse Florencio, “sento diariamente em frente a um computador para trabalhar com imagens em movimento. Já dirigi trabalhos de animação e que envolvem efeitos visuais. A manipulação tosca das imagens na matéria do Jornal Nacional me saltou aos olhos”. O leitor poderá encontrar o resultado de sua investigação em www. youtube.com/watch?v= CwcIELvBCXA&feature=pl ayer_embedded.

Florencio demonstra, também, que a Globo alterou o vídeo, com uma fusão de imagens, para dar a impressão que Serra pôs a mão na cabeça logo após a imagem aparecer sobre sua careca. Sucintamente, ele conclui: “Analisando toda a sequência, o que vemos surgir em cima da cabeça de José Serra (…) é, na realidade, o topo da cabeça de uma pessoa que, no vídeo, se localizava atrás. Como a resolução das imagens é baixíssima, são ‘borradas’, e não muito bem delimitadas”. Mas ele mostra que a cabeça atrás de Serra, ao contrário do objeto fantasmagórico, tem uma trajetória perfeitamente definida.

Florencio nota que “a própria Folha de S. Paulo, quando exibiu as imagens em seu site, em nenhum momento havia dito de que se tratava de um registro do momento em que algo atinge José Serra”.

Realmente, o Otavinho entregou o trabalho sujo para os profissionais no ramo. Enviou o vídeo para a Globo. Como diz Meira da Rocha: “por que uma empresa jornalística entrega um ‘furo’ jornalístico para sua concorrente? Muito estranho. A atitude é compatível com orquestração”.

Com o “laudo” de Molina demolido em menos de 24 h, a Globo arrumou um novo perito, Maurício de Cunto. Em seu laudo, ele omite a taxa de quadros por segundo. Porém, mais grave é que:

1) “Cunto suavizou as bordas do artifact, adulterando a imagem. O perito adulterou o vídeo e apagou as evidências”, demonstra Meira da Rocha (ver http://meiradarocha. jor.br/news/2010/10/25/por-que-o-laudo-bolinha-2-e-equivocado).

2) Cunto, nota Daniel Florencio, “chega ao ridículo de analisar um frame apenas da sequência de vídeo. (…) é justamente analisando toda a sequência que verificamos que o tal objeto cilíndrico, não é um objeto cilíndrico”.

Além disso, o texto do laudo é coisa de artista. Por exemplo, segundo suas próprias anotações de tempo, no vídeo Serra só aparece com a mão na cabeça 17,6 segundos depois que o suposto objeto desapareceu. Conclusão do perito: “não há como assegurar que [antes do que aparece no vídeo] o candidato não levou suas mãos à cabeça...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Li este artigo do Frei Beto e resolvi transcreve-lo em nosso blog.

Reproduzo artigo de Frei Betto, publicado na coluna "Tendências/Debates" da Folha:

Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência. Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho. Nada tinha de "marxista ateia".

Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.

Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista - acusar Dilma Rousseff de "abortista" ou contrária aos princípios evangélicos. Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade.

Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo. Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que "a árvore se conhece pelos frutos", como acentua o Evangelho.

É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam. Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto...

Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.

Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.

Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.

A resposta de Jesus surpreendeu: "Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes..." (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.

Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção.

Lula repele a demagogia de Serra com salário mínimo e aposentados

O presidente Lula criticou as promessas eleitoreiras do tucano José Serra na campanha, entre elas a de elevar o salário mínimo para R$ 600 e dar aumento de 10% aos aposentados. O presidente criticou também o fato de que essas promessas são aceitas sem contestação pela mídia pró-Serra.

“Quando eu queria dar 2% de reajuste aos aposentados, (diziam que) eu estava quebrando a Previdência. E agora eu vejo alguém dizer: ‘eu vou dar tantos por cento e eu sei como é que se faz, porque tem dinheiro’. E ninguém fala nada”, disse. “Como se valesse a mentira sobre a verdade. Como se valesse a mesquinhez sobre a seriedade”, ressaltou.

No governo de FHC, em que Serra foi ministro, os aposentados penaram sem reajustes nos seus proventos e ainda foram chamados de “vagabundos”.

“Nós vamos entregar um país com a classe trabalhadora ganhando mais, os aposentados ganhando mais, sem tentar fazer da campanha um leilão de benefícios, como eu tenho visto. Ah, como é fácil prometer em eleição. E eu não vejo as críticas necessárias às irresponsabilidades”, afirmou Lula.

O presidente Lula relembrou o que enfrentou durante o seu governo e criticou seu antecessor FHC. “Eu governei oito anos tendo que provar cada dia a minha existência. A elite brasileira não tem que provar nada. Eles zeram, afundam o Brasil, e não têm que falar nada. Termina o mandato, vão passar três, quatro anos na Europa, vão fazer pós graduação em Sorbonne, [...] e não têm que provar nada”, afirmou Lula.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Mensalão do DEM chega ao coordenador de campanha de Serra

As investigações que revelaram o esquema conhecido como “Mensalão do DEM” continuam a pleno vapor e chegaram ao presidente do PSDB, Sérgio Guerra, também coordenador da campanha de José Serra à Presidência da República.
A análise de um dos CDs apreendidos pela Polícia Federal durante a Operação Caixa de Pandora coloca em cena os nomes de Guerra e do senador Agripino Maia, do DEM do Rio Grande do Norte. Os dois e o ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, eram os políticos que mais recebiam ligações de uma funcionária da empresa de coleta de lixo que comandava a arrecadação e a distribuição ilegal de recursos.

Essa funcionária, identificada como Dominga, era quem coordenava os trabalhos de Eduardo Badra, ex-diretor da Qualix e mentor do crime. De acordo com reportagem da Carta Capital, o dinheiro de propina era acomodado em caixas de papelão com montantes de R$ 50 mil.

A partir do governo Roriz, a coleta de dejetos passou a ser terceirizada, tendo a Qualix como principal vencedora de concorrências ou mesmo como beneficiada por convênios feitos sem licitação. A partir de 2006, no governo tucano de Maria Abadia, outras empresas passaram a receber os bilionários contratos, sempre suspeitos. Os esquemas continuaram durante o governo de José Roberto Arruda (DEM), cotado para ser o vice de Serra até acabar preso pela PF.

O senador Sérgio Guerra, procurado pela revista, apontou ser amigo de Badra há 30 anos, mas afirmou que é falso o vídeo apreendido pela polícia. Já Agripino Maia pontuou que foi procurado por outros jornalistas, mas assegurou que todos se desinteressaram pela história após ouvirem a versão apresentada por ele. Para Carta Capital, a história é outra: nada foi publicado por pressão da campanha de Serra sobre as redações. (Fonte: Rede Brasil Atual)

Estamos de volta

Depois de algum tempo sem atualizar nosso blog estou de volta.
Fiquei estes dias afastado, melhor sem tempo, pois estava envolvido na campanha nas horas vagas do trabalho.
Agradeço a todos que atenderam meus pedidos e acreditaram nos candidatos que apresentei.
A grande perca que o Acre teve foi em não eleger o Edvaldo Magalhães como senador e, por apenas 15 votos, o Manoel Lima, deputado estadual. O povo acreano perdeu a oportunidade de ter dois ótimos representantes. Uma pena.
Do mais, agora é hora de elegermos a Dilma como nossa presidenta.