Eles passam fome, não possuem
condições de higiene, e nem mesmo acesso à rede de saúde. Ao menos 120 mulheres
imigrantes estão grávidas
"Estou
falando de pretos e de pobres. Para negros haitianos quem
dá importância?”, indagou o senador Jorge Viana (PT), na tribuna do Senado nesta terça-feira (9) para falar da situação dos refugiados estrangeiros no Acre. E ainda disse “Falo de pobres, de miseráveis. Talvez, isso não desperte o interesse das pessoas que estão confortavelmente na corte de Brasília”. Mais de 1300 imigrantes, em sua grande maioria haitianos se encontram em situação degradante na cidade de Brasileia, fronteira do Acre com a Bolívia.
dá importância?”, indagou o senador Jorge Viana (PT), na tribuna do Senado nesta terça-feira (9) para falar da situação dos refugiados estrangeiros no Acre. E ainda disse “Falo de pobres, de miseráveis. Talvez, isso não desperte o interesse das pessoas que estão confortavelmente na corte de Brasília”. Mais de 1300 imigrantes, em sua grande maioria haitianos se encontram em situação degradante na cidade de Brasileia, fronteira do Acre com a Bolívia.
Os
imigrantes que se amontoam em um salão e nas praças da pequena cidade (de cerca
de 13000 habitantes), estão a mingua. Eles passam fome, não possuem condições de
higiene, nem acesso à rede de saúde. Ao menos 120 mulheres imigrantes estão
grávidas.
Tamanha a
gravidade da situação, que o governo do Acre decretou estado de emergência
social nos municípios de Brasileia e Epitaciolândia. Segundo o governador do
Acre, Tião Viana (PT), o decreto instituindo o estado de emergência social foi à
alternativa encontrada para alertar o governo federal sobre o fluxo crescente de
imigrantes que diariamente atravessam a fronteira do Brasil com a Bolívia e o
Peru.
Tião
Viana criticou a falta de ação do Ministério das Relações Exteriores no caso.
Segundo ele, vários foram os pedidos de ajuda ao ministro Antônio Patriota, mas
até o momento o problema persiste. Para o governador, o ministério está sendo
“insensível”.
O senador
Jorge Viana reiterou que apesar da presidente Dilma Rousseff estar prestando
apoio ao governo do Acre, é preciso fazer mais.
Segundo ele, é preciso ampliar agora a presença do governo federal no Acre. “Hoje, há 1,3 mil haitianos, nigerianos, senegaleses e pessoas da República Dominicana no Acre, em Brasiléia”, discursou. “Dez por cento da população de Brasileia são estrangeiros sem documentos. Então, é uma situação da maior gravidade”.
Segundo ele, é preciso ampliar agora a presença do governo federal no Acre. “Hoje, há 1,3 mil haitianos, nigerianos, senegaleses e pessoas da República Dominicana no Acre, em Brasiléia”, discursou. “Dez por cento da população de Brasileia são estrangeiros sem documentos. Então, é uma situação da maior gravidade”.
REGULARIZAÇÃO
O tema
foi discutido em reunião, na última quarta-feira (10), em Brasília entre os
ministérios da Justiça, das Relações Exteriores, do Trabalho, do Desenvolvimento
Social e da Casa Civil e representantes da Polícia Federal.
A Polícia
Federal no Acre iniciará um processo para regularização dos haitianos e outros
estrangeiros que atravessaram aquela região da fronteira. Segundo Marcelo Sálvio
Rezende, superintendente da PF no Acre, já foi instalado um posto de atendimento
em Epitaciolândia, cidade vizinha a Brasileia, para atender aos imigrantes
abrigados na cidade.
Em
entrevista à Agência Brasil, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
afirmou que foi decidido na reunião que o Ministério do Trabalho enviará
profissionais ao estado para acelerar a emissão de carteiras de profissionais.
Ele explicou que esse documento só pode ser concedido depois que a Polícia
Federal entrega ao imigrante o protocolo de abertura do processo de legalização
de sua permanência no país.
Já o
Ministério do Desenvolvimento Social apoiará o governo acriano no repasse de
recursos e com outras formas de ajuda que permitam o fornecimento de três
refeições por dia aos imigrantes abrigados em Brasileia.
O
Ministério da Saúde comprometeu-se em colocar à disposição do governo estadual
profissionais para reforçar os cuidados médicos aos imigrantes. Segundo Cardozo,
os profissionais, além de cuidados médicos, desenvolverão ações de controle
epidemiológico entre os imigrantes.
O
secretário de Justiça e Direitos Humanos do estado, Nilson Mourão, segundo o
secretário, a situação dos imigrantes se agravou nos últimos meses por conta da
falta de ação da PF. “Eles vinham, e seguiam viagem”, relembrou. “A Polícia
Federal alegando outras atribuições, reduziu o atendimento para apenas 10
imigrantes por dia. Então eles foram ficando retidos. E ao mesmo tempo, o número
de pessoas aumentou, chegando a uma média de 50 imigrantes por dia” destacou o
secretário.
Segundo o
Ministério das Relações Exteriores, o governo passará a atuar em parceria com as
autoridades do Peru e do Equador na busca de soluções para a questão.
CHEGADA
Há cerca
de dois anos, em decorrência do terremoto que atingiu o Haiti e matou 200 mil
pessoas, se iniciou um aumento da quantidade de imigrantes haitianos que vinham
para o Brasil e pediam asilo por conta da tragédia.
O governo
brasileiro chegou a tomar a decisão de restringir a emissão de vistos para
haitianos a apenas 100 deles por mês. Enquanto que incentivava a vinda de
imigrantes de outras nacionalidades. Os imigrantes que não possuíam visto,
permaneciam na região, passando por necessidades. A crise se agravou e o governo
brasileiro recuou da medida.
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