O ataque contra o consulado dos EUA em Benghazi, em que foi
morto o embaixador Chris Stevens, desmontou a estrutura da CIA na Líbia, revelou
o “New York Times”. “É uma perda catastrófica”, afirmou uma fonte ao NYT.
“Fecharam nossos olhos”.
O jornal dos EUA assinalou que “o tamanho da missão americana
em Benghazi surpreendeu alguns dirigentes do país norte-africano. O
vice-premier, Mustafa Abushagour, foi citado pelo “Wall Street Journal” na
semana passada dizendo que soube de algumas delicadas operações americanas em
Benghazi só depois do ataque contra o consulado. Isto, em grande parte, por
causa do número notável de americanos que apareceu no aeroporto da cidade para
irem embora”.
No dia seguinte ao ataque, o “El País” espanhol, compilando
jornais norte-americanos, chegou ao número de 37 norte-americanos retirados do
consulado e anexos, depois de “12 horas de batalha”. O ataque começara “às sete
da tarde” e “amanhecia em Benghazi, eram sete da manhã, quando os sobreviventes
chegaram ao aeroporto e abandonaram, junto com os caídos, a cidade”.
Conforme o NYT, entre os retirados às pressas de Benghazi
após o ataque ao consulado “estão dez agentes e contratados da CIA, que
desempenhavam um papel crucial de vigilância e compilação de informações sobre o
amplo número de grupos armados ao redor da cidade”.
Ainda segundo o jornal, as operações da CIA incluíam “busca
por armas roubadas de arsenais das forças de Kadafi”, “esforços para pôr em
segurança as armas químicas no país” e o “treinamento de novos serviços de
inteligência da Líbia”, como explicado por “funcionários do governo de
Washington”. Ao que tudo indica, esses “dez” do NYT estão altamente subavaliados.
Informa o jornal que os agentes ocupavam dois dos quatro prédios do anexo a
menos de um quilômetro do consulado.
No dia do ataque, um ministro fantoche atribuiu a ação a
“remanescentes de Kadafi” e um militar capacho, que participou do resgate dos
espiões acossados, garantiu que os tiros de morteiro dados contra a expedição e
contra o prédio do anexo não era de “revolucionários comuns”, isto é, de
fantoches, mas de gente com capacitação militar. O Pentágono admitiu tratar-se
de um “ataque complexo”. Posteriormente, foi engendrada a explicação de que
seriam “milícias islâmicas extremistas”, versão mais palatável aos capachos e a
Washington. O consulado já havia sido atacado com granadas em junho.
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