A revista Veja tentou armar mais uma das suas, mas o resultado foi desastroso. A
publicação ficou exposta ao ridículo depois de alardear em matéria de capa ter
obtido um “documento” que teria sido produzido pelo PT como estratégia para a
CPI do Cachoeira e foi desmascarada em uma falsificação grosseira.
O suposto “documento”, que a revista apresentou com pompa de “exclusividade”,
não passa de um amontoado de recortes e reportagens de outras publicações
impressas e blogs, como revelou a revista CartaCapital, comparando os
fac-símiles mostrados por “Veja” com os textos originais – em matéria com o
sugestivo título “Control C + Control Veja”, assinada por Cynara Menezes.
CartaCapital revelou, por exemplo, que o trecho “Uma ala poderosa da Polícia
Federal, com diversos simpatizantes nos meios de comunicação, não engole há
muito tempo o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal” saiu de uma
reportagem de 6 de abril do site Brasil 247, reproduzido como está no original.
Cynara Menezes mostra que outro trecho do “documento” de “Veja” é reprodução do
painel da “Folha de S. Paulo” de 14 de abril: “Gurgel optou por engavetar
temporariamente o caso. Membros do próprio Ministério Público contestam essa
decisão em privado. Acham que, com as informações em mãos, o procurador-geral
tinha de arquivar, denunciar citados sem foro privilegiado ou pedir abertura de
inquérito no STF”.
O “copiar colar” que a revista apresentou como “manual do PT para
instrumentalizar a CPI” reproduz adiante o lead (abertura do texto com o fato
essencial da matéria) de uma reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” de 28
de abril: “Em uma conversa entre o senador Demóstenes Torres e o contraventor
Carlinhos Cachoeira, gravada pela Polícia Federal (…)”.
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Jilmar Tatto (SP), negou a existência de
um documento de orientação dos parlamentares do partido na CPI, assinalando que
os documentos da liderança petista são assinados por ele. “A ‘Veja’ fala de um
documento do PT, mas não tá assinado, é apócrifo”, disse. “Não existe. Ao
contrário, a orientação dos deputados é apurar o crime organizado do Carlinhos
Cachoeira”, reiterou.
www.horadopovo.com.br
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