terça-feira, 14 de abril de 2009

O PODER DO CONSUMISMO


Quando a última árvore tiver caído. quando o último rio tiver secado. quando o último peixe for pescado. vocês vão entender que dinheiro não se come.

FELICIDADE VERSUS SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES
O ser humano sempre buscou a felicidade: as empresas, o lucro. Será que elas vendem felicidade? É isto que os meios de comunicação de massa parecem nos dizer: “quem tem mais, é mais feliz”.

Paralelamente, dados de uma curiosa pesquisa revelam que as classes detentoras de maiores posses, em qualquer sociedade moderna, estão mais satisfeitas com as suas vidas do que as classes menos ricas
.A mesma pesquisa. Entretanto, também mostra que nos países ricos, essas classes detentoras de maiores posses não estão mais satisfeitas do que as classes mais ricas de muitos países pobres; nem tampouco estão mais satisfeitas do que as classes mais ricas estiveram em um passado menos rico.Em outras palavras, a satisfação trazida pelo dinheiro parece vir não do fato de simplesmente possuí-lo, mas sim de possuir mais do que os outros. Numa sociedade de consumo, ter dinheiro significa poder consumir e é sinônimo de busca de felicidade e status.
A compra de um produto tido como importante pelo grupo social ao qual o consumidor pertence produz uma imediata sensação de prazer e realização e geralmente confere status e reconhecimento a seu proprietário. Também, conforme a novidade vai-se desgastando, o vazio ameaça retornar. Quando isso ocorre, a solução padrão do consumidor é se concentrar numa próxima compra promissora, na esperança de que a satisfação seja mais duradoura e mais significativa.
A sensação de vazio que se apossa do consumidor é um dos dois aspectos do individualismo e isolamento que o caracteriza: contrapondo-se ao vazio interior,está a aparência de segurança e de realização.
Esse mundo fantástico de satisfação das necessidades de aceitação social, de realização pessoal e mesmo de conforto físico, mediante o consumo constante, é elaborado pelos meios de comunicação de massa e pela indústria de propaganda. Assim, um indicador claro do sucesso do consumismo é a propaganda.
Essa verdadeira indústria foi uma das que tiveram o mais rápido crescimento durante a última metade do século XX: os gastos mundiais totais com propaganda aumentaram de US$ 39 bilhões em 1950 para US$ 237 bilhões em 1988, crescendo até mesmo mais rapidamente que a produção econômica mundial no mesmo período.
Nesse período, os gastos mundiais per capita com propaganda triplicaram: de US$ 15 para US$ 46. Nos Estados Unidos, onde os gastos com propaganda são imensos, houve um aumento de US$ 200 para US$ 500.Com tal quantidade de propaganda disponível para ser vista, lida e ouvida, os adolescentes norte-americanos assistem 22 horas de televisão por semana, sendo expostos em média de 3 a 4 horas semanais de propaganda na tevê, acumulando 100 mil anúncios entre seu nascimento e sua graduação no estágio equivalente à oitava série do primeiro grau. Essa informação preocupa os educadores, pois, ao contrário das atividades lúdicas infanto-juvenis, a passividade exigida pela tevê não prepara a criança para o aprendizado.
Como numa sociedade de consumo sempre haverá por mais que consumamos um novo produto, ou uma nova tecnologia a ser lançada. melhor do que a que acabamos de consumir, somos obrigados a conseguir mais dinheiro para satisfazer nossas novas “necessidades". É essa a engrenagem principal que faz a economia girar e que torna ilusória a busca da felicidade por meio do consumo.
Isso tudo nos faz questionar: de quem é verdadeiramente a necessidade que estamos atendendo como consumidores?

Um comentário:

  1. Muito bom o post!
    Mas infelizmente essa é a lógica capitalista, fazer acreditar que precisamos de "necessidades" que verdadeiramente não precisamos! E o pior é que acreditamos e enchemos os bolsos dos outros com nosso suado dinheiro e vamos continuar fazendo a engrenagem girar a favor dos Bils Gates da vida.
    ótimo fds p vc

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