sexta-feira, 3 de abril de 2009

Serra nega ajuda a hospital e diz para prefeito dar “chineladas nas baratas” que infestam UTI

Mesmo diante do apelo dos prefeitos da região do ABC paulista e dos problemas enfrentados pela população que depende do atendimento no hospital Nardini, situado na cidade de Mauá, o governador José Serra (PSDB) não só se manteve irredutível aos pedidos de ajuda como também atacou o prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), após participar de uma solenidade em São Bernardo, na última terça-feira. Ao ser lembrado da situação calamitosa do centro hospitalar, como a falta de equipamentos, luvas e até a presença de baratas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), o governador afirmou: “O prefeito que dê chinelada para matar as baratas”.
A crise no hospital Nardini vem se agravando nos últimos anos devido a falta de verbas da prefeitura de Mauá para manter a grande procura por atendimento, uma vez que o hospital atende a população de outros municípios devido à falta de um hospital estadual capaz de suprir a demanda na região. O presidente do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e prefeito de São Caetano, José Auricchio Jr., acrescentou que o Nardini tem a responsabilidade pelo atendimento para uma população de aproximadamente 1 milhão de pessoas, incluindo o extremo leste da capital.
Diante do total descaso do governador José Serra (PSDB) com os problemas crônicos enfrentados pelo Nardini, um grupo de prefeitos da região do ABC se deslocou a Brasília para buscar socorro no Ministério da Saúde. Após ouvir o relato dos prefeitos, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, se comprometeu em ajudar os municípios. Os prefeitos ainda pediram a interferência do ministro no sentido de sensibilizar o governo estadual a resolver o problema. “Essa unidade de saúde tem uma característica mais ampla do que Mauá. Ela atende inclusive pacientes das cidades próximas”, disse o prefeito Oswaldo Dias.
Além de falta de leitos, o hospital enfrenta problemas que envolvem falta de materiais de asseio pessoal, infiltrações, goteiras, mofo e janelas quebradas, funcionários em número insuficiente, riscos de contaminação entre pacientes e profissionais e escassez de roupas de cama.
A estadualização do hospital já era uma reivindicação do prefeito anterior, Leonel Damo (PV), aliado de Serra. Em 2007, Damo tentou convencer o governador do Estado a assumir o controle do hospital. “Percebi que o governador não tinha muito interesse em pegar de volta o Nardini. Então, decidi ficar quieto”, afirmou em 2007 o então prefeito. “Espero que o Estado contribua com pelo menos alguma coisa para o Nardini. E como o hospital é regional, já que atende a outros municípios, o governo tem obrigação de ajudar”.
Jornal Hora do Povo

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