Diante das câmeras, o deputado israelense, Michael Ben
Ari, rasgou um Novo Testamento e atirou-o no lixo.
A atitude de Ben Ari veio depois que o diretor de uma
editora que produz livros religiosos cristãos em Israel enviou uma cópia a
cada um dos 120 parlamentares do Knesset (parlamento unicameral israelense).
Ele se disse "ofendido" pois, como declarou, "o Novo
Testamento é um livro abominável" que teria "promovido o assassinato de
milhões de judeus durante a inquisição".
A intolerância de Ben Ari, ligando um livro que serve de
base a dezenas de milhões de religiosos no mundo inteiro, a um período
superado e a um fato ocorrido em uma região específica (Península Ibérica),
é uma afronta a todos às dezenas de milhares de pessoas que professam a
religião cristã em Israel a todos os que o fazem no mundo inteiro.
Uma intolerância gravíssima, pois apesar de minoritários
em todos os países que residem (à exceção de Israel onde obtiveram uma
maioria à força e pela expulsão de habitantes autóctones) os judeus podem
hoje professar sua fé no mundo inteiro sem sofrerem perseguições religiosas.
Apesar disso, a reação dos demais membros do Knesset (que
se levantariam em uníssono contra qualquer deputado, em qualquer lugar do
mundo, que ousasse queimar os rolos da Torah - livro sagrado dos judeus) foi
nenhuma ou muito suave.
O porta-voz do governo Mark Regev disse: "Lamentamos este
comportamento e condenamos sem rodeios. Essa ação está em desacordo com os
nossos valores e nossas tradições".
Regev aproveitou a lamentável agressão para mentir:
"Israel é uma sociedade tolerante, mas temos tolerância zero para este tipo
de ato desprezível e odioso". Mentira. Os cristãos, que em Israel e na
Cisjordânia, fazem parte do povo palestino, são discriminados, têm o acesso
a locais sagrados como as igrejas e a Via Sacra de Jerusalém, a igreja de
Belém proibidos ou extremamente dificultados. O governo de Israel não só
não tem tolerância zero para esse tipo de ato, como pratica
agressões e discriminação contra os religiosos não judeus.
Muito ridícula foi a reação do presidente da
Anti-Difamation League (ADL) que sugeriu que o deputado em vez de agir
daquela forma deveria "chamar as autoridades competentes para investigar".
Investigar o quê? O crime de distribuir material de uma crença não judaica
aos parlamentares judeus?
Tzipi Hovotely, membro do partido governista do
primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, enviou um pedido ao
presidente do Knesset, exigindo que seja proibida a distribuição de
materiais missionários no país.
Que beleza... De fato, a única democracia do Oriente
Médio...
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