terça-feira, 28 de julho de 2009

Mídia dá espaço para Daniel Dantas atacar e caluniar a Justiça e a PF

A “Folha de S. Paulo” e a revista “Veja” abriram suas páginas para Daniel Dantas - condenado a 10 anos de prisão por tentativa de suborno e denunciado por sete crimes, entre os quais formação de quadrilha e lavagem de dinheiro – caluniar, atacar e desacreditar a Justiça e a Polícia Federal, responsáveis por sua condenação e prisão.
A Folha publicou uma entrevista de página inteira na edição de sábado (25) com Dantas dizendo que “existia dinheiro da Brasil Telecom pagando agentes que trabalhavam na Operação Satiagraha”. Daniel Dantas tentou desacreditar ainda a investigação da Polícia Federal, alegando que possuía provas de suborno aos agentes, mas que só revelaria no que chamou de “momento adequado”. “Tenho informações e provas de que tem dinheiro da Brasil Telecom alimentando a Operação Satiagraha”, disse. E sobrou também para o Congresso: “Tenho também informações de que a Brasil Telecom andou pagando congressistas para me incluir no relatório da CPI, pedindo meu indiciamento”.
Ele também atacou o juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, onde se localizam os processos oriundos da Satiagraha. “Arranjaram um juiz que de alguma forma achavam que tinha certa antipatia por empresários, ou coisa que o valha. Qual é risco (para seus adversários)? Os tribunais superiores? Qual é a vacina? Lançaram suspeita (sobre os tribunais)”, alegou.
Veja, por sua vez, saiu em defesa do quadrilheiro estampando em letras garrafais, numa página: “Mais calma, seu juiz”. Ela acusa o magistrado responsável pelo caso, Fausto De Sanctis, de estar sendo “açodado em condenar o banqueiro” e diz que o juiz decretar a dissolução “de um fundo gerido por seu banco é um risco ao sistema como um todo”. Em outras palavras, o velho terrorismo do “risco sistêmico” para manter o ilícito.
Daniel Dantas foi indiciado nas investigações por crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e crime de formação de quadrilha e organização criminosa. No dia 16 de julho passado, a denúncia formulada contra ele pelo Ministério Público Federal foi aceita pela Justiça Federal de São Paulo.
O relatório da Satiagraha assinado pelo delegado Protógenes Queiroz, que prendeu o dono do Opportunity, afirma que a organização criminosa de Dantas manipula a mídia e compra jornalistas. O documento possui um capítulo inteiro sobre o envolvimento da mídia com Dantas. Segundo o relatório, a revista “Veja” está a serviço da quadrilha de Dantas. O documento cita nominalmente Diogo Mainardi e a “Veja” como colaboradores da organização criminosa. Em um trecho do relatório está escrito: “... recente artigo publicado no dia 12.04.2008, edição 2054, da própria revista Veja, elaborado por um dos jornalistas colaboradores dessa organização criminosa, Diogo Mainardi, sob o título ‘Entendeu, Tabatha’, eles retomaram algumas das práticas mais antigas e mais imundas do jornalismo, como a chantagem, a mentira, a propaganda do poder e a matéria paga”.
O documento se refere também à jornalista da “Folha”, Andréa Michael, como “integrante da organização criminosa”, “travestida de correspondente da jornal Folha de São Paulo na cidade de Brasília”. Andréa Michael foi autora de reportagem, em abril do ano passado, que antecipou, com exclusividade, a operação da PF. Em um diálogo descrito pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu blog, Andréa diz a Guilherme Henrique Sodré Martins (Guiga), membro do círculo íntimo de Daniel Dantas: “Avisa ao Daniel que tenho uma matéria de encomenda para ele”.
Estes órgãos e outros frequentemente estamparam em suas páginas matérias para desacreditar a Satiagraha e classificá-la como ilegal e anular todo o processo (o que era do interesse de DD), como o suposto envolvimento da Abin na investigação, o misterioso grampo no STF - que nunca foi divulgado o áudio - e outras matérias nesse sentido.
http://www.horadopovo.com.br/

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